Há já um ano e três meses que deixei Lisboa. Se quiser ser mais precisa, faz quase um ano e cinco meses, porque dois meses antes vim até Terras de Vera Cruz em busca de uma oportunidade para crescer profissionalmente! Era só o que queria...
Claro que com uma mudança desta envergadura, é impossível aprender-se só o que a oportunidade profissional nos traz, há novidades em todos os campos da nossa vida.
Cheguei sozinha a esta megalópole, nunca tinha estado numa antes. O frenesim constante, os milhares de pessoas em todo o lado, estar tão acompanhada e tão sozinha é realmente possível. Deveria estar assustada, mas não estava. Estava em paz. Ansiosa por encontrar um lugar para ficar, para poder sentir que as mudanças tinham terminado realmente. (Pelo menos as físicas.)
Autor da foto desconhecido
Esses primeiros tempos foram tempos de lições interessantes de afetos! Quando chegamos a um lugar novo, os poucos amigos que fazemos, são tudo o que temos, com quem podemos sair, combinar alguma coisa no fim-de-semana ou fim-de-tarde. No entanto para eles és apenas uma pessoa nova, um potencial amigo, com o valor que isso tem. As pessoas já têm as suas rotinas, as suas amizades estabelecidas. E esse equilíbrio é complicado, principalmente nos dias difíceis em que aquela pessoa para ti é muito, mas tu para ela ainda não tens toda essa importância. É um caminho de humildade, tranquilidade e paciência. Primeiro começar por equilibrar as coisas, se me estou a dar demais, dar-me menos, se estou a pedir demais, pedir menos...para aos poucos ir conquistando neles, o lugar que eles já ocupam em nós. E este caminho parece injusto, mas quem decidiu partir, fui eu... com todo o esforço que isso implica.
Não posso estar nada mais que grata a todas as pessoas que me receberam e me ajudaram quando cheguei ao Brasil. Hoje com o maridão ao meu lado a vida é muito mais feliz e mais fácil. As amizades vão crescendo mais naturalmente, com os seus desafios, é certo! Mas o importante é que aqui sou feliz.