21 abril 2006

Taizé

Resolvi ir passar a semana santa a Taizé (França) aceitando um convite fantástico(*) que me foi feito.

Taizé é o lugar onde está instalada uma comunidade ecuménica ou seja aquela que reúne a generalidade dos Cristãos (Católicos, Protestantes, …) passando por cima das diferenças para ir de encontro ao essencial, Cristo.
Essa Comunidade tem três orações diárias e convida-nos a partilhá-las com ela. Os momentos de oração são bastante contemplativos. Têm por base a repetição de pequenos cânticos, leituras diárias e um silêncio curto (não deve chegar a 10 minutos). Para mim não foi muito fácil adaptar-me a esta forma de oração e tirar proveito dela. Continuo a preferir o silêncio principalmente se pretendo fazer uma oração mais reflexiva.

É um privilégio poder passar uns dias num lugar como aquele. Ter tempo para rezar, sem preocupações nem compromissos “urgentes”, uma experiência de simplicidade, de descoberta de pessoas fantásticas, de culturas diferentes, o superar a barreira das línguas que divergirem, o trabalhar para os outros e os outros para nós, são só algumas das facetas desta vivência.

Tinha também um grupo onde ia partilhando um pouco do que me andava a tocar e ouvindo atentamente a maneira como Deus chega aos outros. É uma sorte poder perceber em vidas muito concretas e reais, a maneira de Deus agir se O deixamos entrar. O tempo de oração pessoal era orientado por uma introdução bíblica matinal segundo um tema escolhido por cada um à chegada. Eu fui para o tema sobre “O Mistério Pascal”.

Taizé também tem um ambiente difícil de definir. Todo o tipo de pessoas são bem vindas, aquelas que têm uma fé muito consolidada e aquelas que ainda nem sabem em que ou Quem é que acreditam, nem se acreditam…

As celebrações Pascais são muito simples e a celebração da LUZ é especialmente bonita. A propósito das celebrações sinto que os irmãos de Taizé evitam ao máximo “discursos e explicações”. Para uma pessoa que já tenha algum «background» o não ser bombardeado com palavras e mais palavras sabe mesmo bem!!!(Quer dizer, a mim soube; também sei de algumas pessoas que sentiram falta da nossa liturgia...) Ao mesmo tempo para inúmeras pessoas que vão ter o 1º contacto, correm o risco de guardar memória de uma experiência meio “mística” da qual não sabiam o que se passava... :S

Depois de ir para a cozinha lavar pratos e cantar umas músicas portuguesas com mais um belo grupo de gente animada, havia sempre bastantes workshops que podíamos frequentar. Os temas iam variando. Aquele que me tocou mais tinha o tema: «As Nossas Vulnerabilidades: a porta preferida de Deus.»
Venho de lá com as baterias recarregadas, algumas arrumações interiores por fazer, novas amizades e outras aprofundadas. Mas o importante é que regresso, porque é pelo dia-a-dia que me retiro uns dias. ;)
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Boa Páscoa!
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(*) 9 pessoas, amigos alguns, desconhecidos outros tantos, numa carrinha de 9 lugares até Taizé. Um grupo pequeno, mas cheio de estilo.

6 comments:

Bom regresso Cecília :) Tenho achado imensa piada ao teu novo blog porque o pormenor das coisas boas do dia escapam-nos e acho que é aí que se joga a diferença...Temos dificuldade em apreciar o pequeno e o discreto. obrigado cecilia. Depois a tua partilha de Taizé foi muito bem "desenhada"...mais uma vez o pormenor e o cuidado com que transmites aquilo que foste vivendo e encontrando. Mas, olha diz-me lá podes explicar-me melhor como é que funcionou o «As Nossas Vulnerabilidades: a porta preferida de Deus.» Esta deixou-me curioso. Curioso não... pensativo! ;)
Um beijinho Cecilia,
Nuno

Olá Nuno!

Vou pensar numa boa maneira de te fazer chegar o que "apanhei" do workshop: «As Nossas Vulnerabilidades: a porta preferida de Deus.» ...
A mim deu-me muito que pensar!

Não vou ser muito "rápida" porque estou em semana de testes, um pouco limitada de tempo. ;)...
inté!(*)

Ritinha :)

O que falta é um lilasinho queridinho para o castorzinho e para a preguicinha!!!

Obrigado Cecília por teres partilhado connosco como é o espírito de Taizé e como viveste a Semana Santa!
Bom regresso e boa caminhada.
Beijo, Tiago M.

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Gostei da tua descrição desse encontro. Deve ter sido interessante. A minha irmã chegou a ir ao encontro em Lisboa há tempos. E, tal como tu, gostou imenso e regressou com força. :) Eu nunca fui a nenhum encontro de Taizé. Fui só uma vez a uma sessão de esclarecimento sobre o tema, em que experimentámos durante algumas horas o espírito de Taizé.